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Minha obra-prima

Written By Ana Claudia Gomes on domingo, 3 de agosto de 2014 | 03:50


Antigamente, diziam que, para se viver bem uma vida, era necessário plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Não necessariamente nessa ordem. É uma bela frase, mas, como é óbvio, a vida não cabe nela. Eu segui esse e muitos outros scripts...
Mas o tempo não pára, e outro dia a sabedoria do povo disse que difícil mesmo é cultivar a árvore, não deixar o livro parado nas estantes e criar o filho. Achei que cabe um pouco mais de vida nessa frase.
Hoje, a minha obra-prima, o meu filho, completa 23 invernos. Nasceu numa pequena cidade vizinha, pelas mãos do genial Doutor Clóvis, porque na pré-história da nossa atual cidade, não havia lugar para nascerem os bebês. As parteiras haviam partido e as maternidades não haviam chegado. A polícia militar foi minha ambulância.
De lá pra cá, quantas belas histórias a contar. Até mesmo as dos conflitos, dos fracassos, da grave pneumonia, quando ele, tão pequenino, me disse: "Mamãe, pede aos anjinhos para  me tirarem essa dor...".
Os anjinhos nunca nos faltaram. Uma obra-prima, como se sabe, nunca é de uma pessoa só. Milhares de anjos, da Terra e dos céus, sempre concorrem para uma obra dessas abrilhantar o mundo. Naquele momento, o da pneumonia, foram os Doutores Maurílio e Márcio, juntamente com sua equipe. Uma verdadeira legião.
Nós, os milhares, continuamos traçando sutis pinceladas em nossa obra-prima. E, como ela vive, suas pinceladas são também preciosas. Um filho sempre vem para ensinar à mãe, ao pai e aos anjos. Ele tentou me ensinar que comemorar aniversário não é necessariamente importante. Bem, eu não aprendi... O dia do aniversário pode não ser importante para o aniversariante. Mas para os anjos! 
Eu acho até que o Dia das Mães deveria mudar de data. O Dia da Mãe deveria ser o dia do aniversário do filho. Algumas mães teriam doze dias seus por ano, imagina... Cada filho, um presente.
Hoje é dia de mais pinceladas, queridos companheiros anjos. Se eu pudesse citá-los, seria como nos créditos de um filme. Com uma belíssima trilha sonora.
Mas como são anjos demais, obrigada.

Imagem: Thales ao colo de seu avô materno João Avelino Dias (Zico). Acervo familiar.



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