Muro de divisa da Fazenda Gurita, São Tiago - MG.
Cê pensa, São Tiago, quanto tempo de trabalho dos seus africanos e afrodescendentes escravizados foi necessário para selecionar essas pedrinhas, carregá-las e encaixá-las sem necessidade de argamassas, para durarem séculos marcando as divisas de suas propriedades. Quanta sensibilidade para manejá-las de forma que a obra sobrevivesse a eles próprios.
Pensa quanta luta foi necessária para que eu, também afro, agora pudesse posar na fotinha.
Os muros de taipa seca são patrimônio arqueológico do Brasil, para que uma história ainda não contada possa sê-lo.
Cuida bem dos seus muros, São Tiago, e já também da sua gente afro. Sabendo inclusive que dentro do seu território existe gente afro que ainda sabe fazer a taipa seca.
(Meus agradecimentos à ST Tour e à Estância Tertúlia pela beleza deste instante).
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