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Feminismo pero non troppo

Written By Ana Claudia Gomes on sábado, 25 de novembro de 2017 | 11:11


Dina viu criança, pela tevê, a grande vaga feminista dos anos sessenta. Daí pensou ter compreendido o casamento dos pais, classificando a ambos como machistas. E contra isso lutou toda a sua vida. Nas brigas, nas sessões de análise, nas tentativas pela própria emancipação.
Mas em todos os seus numerosos casamentos repetiu fórmulas do que é ser homem, do que é ser mulher e a certa altura capitulou: sou mulherzinha. Expressão querida e bem-vinda entre as feministas.
Até que reuniu feministas em casa para uma festa de comemoração do seu novo casamento. O marido confundiu tudo, quebrou a banca, gritou com Dina e deu um safanão em uma feminista presente, de quem ardia em ciúmes.
Dina arrefeceu, olho amiudou, calou-se e não acionou a Maria da Penha. A feminista agredida também não.
E como canta Zeca Baleiro, é mais fácil mimeografar o passado que imprimir o futuro.
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