Agora dei de olhar janela de van como quem vê telas. É melhor do que ver certas telas dominadas pelas oligarquias. Ia então absorta. Pela marginal da rodovia. Vendo a construção de novas indústrias.
De repente vi que descia pela pista principal da rodovia uma revoada de pássaros quero dizer. Ciclistas, coloridos e velozes. Sério, pareciam voar.
Deu que o ônibus chegou ao ponto de acesso à pista principal da rodovia. Onde devia dar preferência e não freou. O pássaro desculpem. O ciclista líder. Começou a agitar sua asa direita quero dizer sua mão. Para baixo e para cima. De forma que fosse visto pelo motorista ao retrovisor.
O motorista ainda levou meio corpo do ônibus até a via principal. Mas o ciclista não parou nem reduziu a velocidade. Então o motorista freou. Pareceu-me ter sido um duelo. Vencia o mais corajoso. Embora a sinalização de parada obrigatória.
E passou por nós aquela revoada. E não tenho dúvida de que se sentiam voando. Não revidaram ao motorista.
Daí dei asas à imaginação. Ainda não vôo com bicicletas.
Os bandeirantes de hoje não sobem para as Minas em lombo de burro. Nem trazem pesados carroções puxados por juntas de boi. Eles vêm de bike. Sua função desbravadora continua perigosa.
E cara.
Fonte da imagem: http://viajeaqui.abril.com.br/materias/galeria-metropoles-e-bicicletas-ciclovias . Acesso em 30 out 2016.
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